Por, José Mário Pena Junior
Professor Flávio;
Desde o início desconfiei da razoabilidade da sua postagem intitulada “Desabafo de um brejeiro” por não acreditar que o prefeito, sendo a pessoa que eu conheço, fosse capaz de praticar atos tão mesquinhos, até porque ele também enfrentou tremendas dificuldades financeiras para se graduar, como muitos sabem, e não teria se olvidado do seu passado de forma tão vil, para perseguir e prejudicar uma jovem lutadora (no caso a Flávia, sua filha), e tenho certeza, vencedora. Mas como não tinha conhecimento, pedi informações à secretária do prefeito que me enviou cópias dos documentos em anexo retratando a cronologia do caso, como podem atestar:
- Em 04.10.2010 o ofício pedindo o estágio é recebido pelo irmão do prefeito, Sr. Adalberto
- Em 21.10.2010 – o prefeito recebe o ofício e encaminha para a Procuradora, para que se verificasse a possibilidade legal de atendê-la e pedindo que fosse viabilizado o pedido;
- a Procuradora do Município, Dra. Lucilene, recebe o ofício na mesma data e em 23.11.2010 encaminha resposta ao prefeito dizendo que entrou em contato com a estudante Flávia, comunicando o deferimento do estágio, mas que esta informou que já estava estagiando em Montes Claros, que agradeceu ao prefeito, e a procuradora coloca a Administração à disposição da estudante.
Em síntese, como podem verificar, desde o início o prefeito pede que seja viabilizado o estágio para Flávia. Desde o recebimento de seu pedido até ser informada pela procuradora sobre o deferimento, segundo ela mesma me informou, transcorreram aproximadamente 40 dias, o que, em se tratando do poder público, é um prazo bastante razoável, uma vez que, mesmo sendo um estágio não remunerado, é preciso que a procuradoria do município verifique a legalidade do pedido, pois como sabem, o poder público só pode agir dentro da estrita legalidade, podendo o prefeito responder por atos de improbidade se causar prejuízo ao erário. Em passado recente, por exemplo, uma pessoa que se dizia prestando serviços voluntários para o município, acionou – o na Justiça do Trabalho cobrando “direitos” que dizia ter. Não é o caso da Flávia, que todos conhecem a integridade, mas esse trâmite é necessário, em se tratando de coisa pública. Se a sua urgência era urgentíssima, penso que deveria ter feito o pedido com um pouco mais de prazo, já que, mesmo em empresas privadas, leva-se algum tempo entre a análise do pedido e a sua concretização. Quando estudava em Belo Horizonte, demorei mais de seis meses para conseguir meu primeiro estágio, razão porque posso concluir que o tratamento dado à Flávia foi um tratamento vip, ao contrário do que foi informado.
Quero pensar professor, que o seu desabafo tenha sido apenas o de um “desinformado, e não parte de um movimento, consciente ou inconsciente, não sei, por parte de alguns, em desconstruir, distorcer, a imagem e a história do prefeito, com um objetivo, como todos sabem, político. Neste último fim de semana o Jornal Hoje em Dia, trouxe uma reportagem alertando para algo que acho bastante atual e preocupante. Falava –s e que o Congresso está ficando completamente esvaziado de homens públicos (ou seja, de espírito público, como o de Ulisses Guimarães, Roberto Campos, Delfim Neto, etc.) que estão sendo substituídos pelos políticos profissionais (ou seja, aqueles que vivem exclusivamente da política) e, para tanto, montam verdadeiras máquinas de convencimento, doutrinamento ou alienação dos eleitores, para “fazer votos”, ramificadas e incrustadas muitas vezes nos órgãos públicos, através das indicações políticas, para sugar as verbas públicas em prol da atividade de determinados políticos.